segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Fixação biológica do Nitrogênio pela Soja

A terceira fonte de nitrogênio para a cultura da soja é a fixação biológica de Nitrogênio. Isso ocorre pois no início da germinação as raízes da soja exudam moléculas que atraem quimicamente e estimulam o crescimento das bactérias na rizosfera. Existe uma alta eficiência no sistema vascular no interior do nódulo, que supre as bactérias fixadoras com nutrientes.
As bactérias Bradyrhizobium japonicum ou B. Elkanii penetram na raíz da soja e provocando o  crescimento de células específicas , formando assim os nódulos onde ficaram alojadas e fixaram o N2 atmosférico. Os nódulos apresentam coloração rósea intensa.
É por conta dessa alta fixação biológica pela cultura, que na soja é de fácil identificação a deficiência de COBALTO.
A variação da nodulação em função do crescimento e do desenvolvimento fenológico da soja é apresentada na figura 1 e figura 2, respectivamente para o número e massa seca total dos nódulos, coletados em 10 plantas. As mensurações foram repetidas 4 vezes em cada estádio fenológico, as figuras apresentam os valores médios observados em dois anos agrícolas consecutivos nos quais a cultivar de soja MG-BR/46 com tipo de crescimento determinado, foi cultivada em um Nitossolo Vermelho eutrófico muito argiloso (Piracicaba, SP), sem ocorrência de deficiência hídrica e com armazenamento de água durante os dois anos e no ciclo total, de 65mm.



A figura 3 mostra o acúmulo total de N ao longo do ciclo fenológico de um cultivar de soja TCI, utilizado por Ritchie et al. (1994) para descrever e ilustrar a fenologia da soja, divulgada inicialmente por Fher e Caviness (1977)


A inoculação das sementes de soja é uma excelente prática agrícola com o objetivo de estabelecer o processo simbionte de fixação do Nitrogênio atmosférico no sistema radicular da soja. Uma boa inoculação só é obtida quando a superfície da semente é recoberta por inoculante turfoso ou pelo filme do inoculante líquido. Além de veículo o inoculante atua como sobrevivente das bactérias. Alguns fatores podem interferir na qualidade da nodulação e  na fixação biológica do N, como a qualidade, transporte e armazenamento do inoculante, ambiente e operação da inoculação e o tratamento químico das sementes. A fotossíntese também pode interferir. (Informações agronômicas nº147 - Setembro/2014)


Toxidez de Cobalto (Co)

O excesso de Co diminui a absorção de ferro, e devido a isso os sintomas da deficiência são semelhantes ao da deficiencia de ferro, com folhas cloroticas na parte superior das plantas e atrofiamento das plantas (EMBRAPA, 2008).

Toxidez de Cloro (Cl)

A toxicidade desde elemento é mais comum do que a deficiência do mesmo, a literatura apresenta diversos trabalhos com relatando a toxicidade, especialmente quando grande quantidade de cloreto de potássio é aplicado como adubo em solos ácidos. A aplicação de calcário para corrigir a acidez do solo reduz e elimina   este efeito tóxico do cloro (EMBRAPA, 2004).

Toxidez de Boro (B)

  A toxidade de B caracteriza-se pelo aparecimento de manchas pardas nos bordos das folhas, progredindo para a necrose das margens e pontuações inter-nervais, o encarquilhamento das folhas mais velhas, encurtando os internódios e causando morte da gema apical (EMBRAPA, 2008).

                                                  Necrose das bordas das folhas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Toxidez de Alumínio (Al)

Os sintomas de toxicidade de alumínio nas folhas de soja lembram aqueles de deficiência de fósforo, plantas pequenas com folhas menores com cor verde-escuro, amarelecimento e necrose nas pontas dos folíolos e atraso na maturação. A toxidade de Al em soja também provoca deficiência induzida de cálcio reduz o transporte de cálcio na planta, causando o curvamento e o enrolamento das folhas novas e o colapso dos pontos de crescimento e do pecíolo. As raízes ficam curtas e frágeis e ocorre o engrossamento das pontas das raízes e das raízes laterais que podem adquirir cor marrom, raízes pequenas e com finas ramificações (BORKERT et al., 1994).

                               À esquerda mudas de soja com Al, à direita mudas de soja sem Al. FONTE: EMBRAPA Soja.

Toxidez de Manganês (Mn)

A parte aérea da planta é a mais afetada pela toxidez de manganês do que as raízes. As plantas absorvem e transportam o Mn em excessivas quantidades acumulando-o nas folhas. Os danos de toxidez nas raízes somente aparecem depois que a parte aérea foi danificada.Sua toxidade da-se inicialmente em folhas jovens, e é caracterizada por encarquilhamento dos folíolos e pontos necroticos de coloração marrom-escura no limbo foliar.
Os sintomas foliares e a análise química, da matéria seca da parte aérea, são métodos para verificar o excesso de Mn nas plantas. 


  Folhas encarquilhas com pintas marrom no limbo. FONTE: EMBRAPA Soja.

   Folhas encarquilhas com pintas marrom no limbo. FONTE: EMBRAPA Soja.

Toxidez de Cobre (Cu)

Sua toxidade causa aparecimento de pontos necróticos nas bordas dos folíolos das folhas mais velhas, que progridem para as mais novas (EMBRAPA, 2008).


Necrose nas bordas das folhas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Micronutrientes - Cloro (Cl)

O cloro é absorvido como Cl- e não entra na constituição de compostos orgânicos das plantas superiores. Sabe-se que é necessário para a operação de fotólise da água, ou seja, no fotossistema II. É transportador de elétrons, reduzindo oxidantes durante a fase luminosa da fotossíntese.
A toxicidade desde elemento é mais comum do que a deficiência do mesmo, a literatura apresenta diversos trabalhos com relatando a toxicidade, especialmente quando grande quantidade de cloreto de potássio é aplicado como adubo em solos ácidos. A aplicação de calcário para corrigir a acidez do solo reduz e elimina   este efeito tóxico do cloro (EMBRAPA, 2004). 
 Soja cultivada em solos que freqüentemente recebem altas doses de adubo pode apresentar acúmulo de sais de cloreto e sintomas de toxicidade de cloro, que são: queima das pontas dos folíolos ou da margem, conferindo-lhes cor de bronze, e amarelecimento e queda prematura das folhas. Quando esses sintomas ocorrem, a alta concentração de cloro nos tecidos das folhas é associada com altos teores de manganês, especialmente quando uma seca ocorre antes da floração.

domingo, 15 de novembro de 2015

Deficiência de Micronutrientes - Boro (B)

O boro desempenha papel importante no transporte e no metabolismo de carboidratos (glucídeos) no interior da planta. É necessário para a elongação e para a divisão da célula, sugerindo a sua participação na síntese do RNA.
O sintoma da deficiência ocorre nas gemas apicais e em folhas novas. Conforme descrição  de VERNETTI (1983) nota-se que as folhas são coriáceas, rugosas e espessas. Segundo MASCARENHAS et al. (1988) as plantas apresentam nanismo, poucas flores e baixo pegamento de vagens.  Outro sintoma da deficiência é o superbrotamento (EMBRAPA, 2004).
Muito do boro disponível no solo em uma safra de soja é liberado da matéria orgânica pela ação dos microrganismos. A soja também é muito sensível à alta concentração de boro nos solos. Os sintomas de toxicidade de boro resultam em amarelecimento das pontas dos folíolos seguido de progressiva necrose, que começa nas pontas e nas margens e, finalmente, espalha-se entre as nervuras laterais e encaminha-se para a nervura central. As folhas ficam com a aparência de queimadas e caem prematuramente.

 (1) sua deficiência desorganiza os vasos condutores, diminui a germinação do grão de pólen e o crescimento do tubo polínico; devido à pouca mobilidade na planta, os sintomas de deficiência se manifestam primeiramente nos tecidos jovens e recém formados;
(2) outro sintoma de deficiência de B é o superbrotamento , por morte da gema apical;
(3) a toxicidade de B caracteriza-se pelo aparecimento de manchas pardas nos bordos das folhas, progredindo para a necrose das margens e pontuações inter-nervais, o encarquilhamento das folhas mais velhas, encurtando os internódios e causando a morte da gema apical).

 Folhas novas encarquilhadas com morte da gema apical. FONTE: EMBRAPA Soja.
Deficiênacia de B Superbrotamento FONTE: EMBRAPA 

Deficiência de Micronutrientes - Zinco (Zn)

Segundo MEURER et al. (1981), as folha adultas com deficiência de zinco apresetam coloração amarelo-castanho. Os foliolos ficam menores, com áreas cloróticas entre as nervuras, sendo este sintoma mais severo nas folhas basais. A alta concentração de de fósforo no solo diminui a absorção de zinco pela planta (EMBRAPA, 2004).

(1) sua deficiência diminuí o nível de RNA, prejudicando a síntese da proteínas, através da RNAase que hidrolisa o RNA, causa encurtamento dos internódios, com produção de folhas pequenas, cloróticas e lanceoladas, e as folhas mais novas ficam com clorose inter-nerval de coloração amarela-ouro e as nervuras com cor verde-escura;
(2) a alta concentração de fósforo no substrato diminui a absorção de Zn pelas plantas;

Sintoma inicial nas folhas mais novas com clorose internerva na cor amarelo-castanho FONTE: EMBRAPA Soja.

Sintoma inicial nas folhas mais novas com clorose internerva na cor amarelo-castanho FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Micronutrientes - Manganês (Mn)

É absorvido como Mn2+ e transportado no xilema na forma iônica, devido à pouca estabilidade dos quelatos de Mn. As funções do Mn2+ lembram as do Mg2+.
Sua deficiência causa clorose em tons amarelo-esverdeados das folha mais novas entre as nervuras, e as nervuras apresentam a coloração verde-escura (EMBRAPA, 2004).
A deficiência de Mn em soja também provoca clorose entre as nervuras das folhas. Exceto as nervuras, as folhas de soja tornam-se verde-pálido e passam para amarelo-pálido. Áreas necróticas marrons desenvolvem-se nas folhas à medida que a deficiência torna-se mais severa.

(1) sua deficiência causa clorose em tons amarelo-esverdeados das folhas mais novas entre as nervuras e as nervuras de cor verde-escura ;
(2) vista parcial de lavoura de soja com plantas deficientes;
(3)folhas de soja com deficiência;
(4) sua toxicidade aparece inicialmente, também em folhas jovens, caracterizado por encarquilhamento dos folíolos e pontos necróticos de coloração marrom-escura no limbo foliar.

 Deficiência de Manganês (Mn): plantas com clorose internerval, com limbo amarelo-esverdeado e nervuras nerde-escuro. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Manganês(Mn): folha com clorose internerval, com limbo amarelo-esverdeado e nervuras verde-escuro. FONTE: EMBRAPA Soja.

 Toxicidade de Manganês (Mn). Folhas encarquilhadas com pintas marrons no limbo. FONTE: EMBRAPA Soja.

 Toxicidade de Manganês (Mn.). Folhas encarquilhadas com pintas marrons no limbo. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Micronutrientes - Cobalto (Co)

O cobalto é um nutriente absorvido pelas raízes como Co2+, considerado móvel no floema. Contudo, quando aplicado via foliar, é parcialmente móvel. O Co é essencial para a fixação do N2 através de bactérias, pois participa na síntese de cobamida e da leghemoglobina.
Os nódulos com o rizóbio necessitam de Co para sintetizar a vitamina B12, como a enzima cobamida. Portanto, deficiência de Co pode ocasionar deficiência de nitrogênio na soja, devido à baixa fixação simbiótica.
 Em soja cultivada em solução nutritiva, os sintomas de deficiência de cobalto são descritos como clorose e encarquilhamento das folhas. O cobalto aplicado via foliar é absorvido, porém, não é translocado para outras partes da planta; portanto, a adubação foliar de cobalto não resolve o problema de deficiência. A toxicidade de cobalto já foi observada em plântula de soja no início da germinação, quando uma dose muito grande de Co e Mo é aplicada junto às sementes. Os sintomas de toxicidade são manchas necróticas nos cotilédones e folhas com folíolos cloróticos. Este efeito do excesso de cobalto pode induzir à deficiência de ferro. O sintoma desaparece depois de alguns dias, principalmente com boas condições de umidade, com condições de rápido desenvolvimento das plantas (BORKERT, C.M 2012)

 (1) sua deficiência causa clorose total, seguida de necrose nas folhas mais velhas, devido à deficiência de nitrogênio;
(2) o excesso de Co diminui a absorção de ferro, motivo pelo qual os sintomas de toxicidade de Co são semelhantes aos de deficiência de ferro, com folhas cloróticas na parte superior das plantas e atrofiamento das plantas .


Deficiência de Micronutrientes - Ferro (Fe)

O Fe pode ser absorvido como Fe2+ ou Fe3+, com predominância da primeira. Quando absorvido como Fe3+, pode ser reduzido na superfície externa do plasmalema da raiz por elétrons doados por citocromos ou flavinas.
Inicialmente a deficiência de ferro causa clorose inter-nerval e em casos mais severos apresenta clorose uniforme das folhas jovens. O excesso de cobalto aplicado nas sementes também pode causar deficiência de Fe  (EMBRAPA, 2004).
No estádio inicial do desenvolvimento dos sintomas, as áreas entre as nervuras dos folíolos das folhas de soja passam a apresentar cor amarelada. À medida que ocorre uma evolução na severidade da deficiência, também as nervuras ficam amarelas e, finalmente, toda a folha fica quase branca.

(1) sua deficiência causa clorose uniforme das folhas mais jovens, que pode também ser induzida pelo excesso de cobalto aplicado nas sementes;
(2) em solos mal drenados, o excesso de chuva pode induzir à toxicidade de Fe, ao aumentar a redução desse elemento no solo, por falta de aeração, pela maior disponibilidade de Fe2+ e, conseqüentemente, aumentando a absorção pela planta.

Deficiência de Fe nas folhas jovens . FONTE: EMBRAPA.

Deficiência de Ferro, devido ao excesso de aplicação de Cobalto. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Ferro em 10 plano, devido ao excesso de aplicação de Cobalto. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Micronutrientes - Cobre (Cu)

A absorção é na forma de Cu²+ , a qual é inibida por altas concentrações de P, Zn, Fe e Mn.
A deficiência de cobre causa redução no crescimento da planta, as folhas mais novas assumem a cor verde-acinzentada ou verde-azulada e também ocorre o encurtamento dos internódios (EMBRAPA, 2004).  O crescimento da soja é retardado e a cor da planta muda para verdeacinzentado, verde-azulado ou cor de oliva.

(1) sua deficiência causa redução no crescimento da planta, as folhas mais novas assumem a cor verde-acinzentada ou verde-azulada; há, também, a redução no crescimento das plantas pelo encurtamento dos internódios;
(2) sua toxicidade causa aparecimento de pontos necróticos nas bordas dos folíolos, das folhas mais velhas, que progridem para as mais novas.

Clorose nas bordas das folhas, evoluindo entre as nervuras. Inicio nas folhas mais novas. FONTE: EMBRAPA Soja.

                                    Toxicidade de Cobre (Cu). Necrose nas bordas das folhas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Macronutrientes - Enxofre (S)

Segundo VERNETTI (1983), a deficiência de enxofre É semelhante a do nitrogênio, a diferença é que o enxofre por apresentar menor mobilidade nos tecidos, os sintomas ocorrem nas folhas mais novas. O sistema radicular e a nodulação são pobres.
 Os sintomas de deficiência de enxofre não são facilmente reconhecidos quando comparados aos sintomas de deficiência de alguns outros elementos. Eles podem ser facilmente identificados pela resposta da planta à aplicação de sulfato ou enxofre elementar em faixas na lavoura de soja.
O enxofre é um nutriente com o transporte a longa distância ocorrendo, principalmente, pelo xilema e com baixa mobilidade no floema.
 Por isto, os primeiros sintomas de deficiência aparecem nas folhas novas.
 A falta de S provoca uma série de distúrbios metabólicos: a) diminuição na fotossíntese e na atividade respiratória;
 b) queda na síntese de proteínas, com o aparecimento de altas relações N solúvel/N protéico; c) redução no teor de gorduras;
 d) diminuição nas fixações livre e simbiótica do N2 do ar;
 e) na deficiência, ocorre clorose uniforme, semelhante à deficiência de N, porém ocorre nas folhas novas, enquanto que a clorose devido à deficiência de N inicia nas folhas mais velhas; 

             Esquerda com S, direita sem S. Clorose total das folhas com inicio nas folhas mais novas. FONTE: EMBRAPA.

              Esquerda com S, direita sem S. Clorose total das folhas com inicio nas folhas mais novas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Macronutrientes - Magnésio (Mg)

A deficiência de Mg provoca, nas folhas mais velhas, inicialmente uma clorose marginal e posteriormente inter-nerval, seguindo-se o secamento dos bordos (VERNETTI, 1983).
A deficiência de Mn em soja também provoca clorose entre as nervuras das folhas. Exceto as nervuras, as folhas de soja tornam-se verde-pálido e passam para amarelo-pálido. Áreas necróticas marrons desenvolvem-se nas folhas à medida que a deficiência torna-se mais severa.

(1) como as transmitases são enzimas que necessitam de Mg para a síntese de proteínas, as plantas deficientes em Mg têm maior relação N-solúvel/N-protéico;
 (2) o Mg é muito móvel no floema e, por isso, na deficiência de magnésio , as folhas mais velhas mostram clorose inter-nerval (amarelo-claro) e nervuras cor verde-pálida.

Lavoura com deficiência de Mg. FONTE: EMBRAPA Soja.

 Deficiêcia de Mg. Folhas com clorose internerval; Limbo amarelo-pálido e nervura veerde-pálido; Inicio dos sintomas nas folhas mais velhas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Macronutrientes - Cálcio (Ca)

Segundo Mascarenhas et al. (1992) as folhas novas se enrolam ficando encarquilhadas e podem apresentar colapso dos pecíolos. A carência de cálcio afeta os pontos de crescimento, como os meristemas apicais das hates e raízes, podendo prococar morte dos mesmo.
As folhas primárias tornam-se moles e flexíveis e caem da planta. A deficiência de cálcio é observada em soja cultivada em solos ácidos que não receberam calcário, e estes sintomas, com certeza, resultam de uma combinação da deficiência de cálcio com toxicidade de alumínio e manganês.

(1) na deficiência, a membrana torna-se “porosa”, rompendo a compartimentação celular e perdendo a seletividade para íons desejáveis e absorvendo os íons indesejáveis;
(2) na deficiência de cálcio, são afetados os pontos de crescimento, tanto da raiz como da parte aérea; os sintomas aparecem nas partes mais novas da planta, atrofiando o sistema radicular, matando a gema apical; há o retardamento da emergência das folhas primárias que, quando emergem, adquirem forma de taça, chamado de encarquilhamento; ocorre, também, colapso do pecíolo pela desintegração da parede celulósica; geralmente, esses sintomas ocorrem em solos ácidos e estão associados às toxicidades de alumínio e de manganês.

                   Folhas mais novas encarquilhadas com morte da gema apical e colapso do pecíolo. FONTE: EMBRAPA Soja.

                                               Folhas novas encarquilhadas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Macronutrientes - Potássio (K)

Segundo MEURER(1981) e VERNETTI et al. (1983), na deficiência de potássio, os ápices das folhas adultas inicialmente mostram amarelecimento que atinge os bordos e toda a lâmina foliar, com posterior necrose dos tecidos na mesma ordem de progressão dos sintomas. Outros sintomas da eficiência são: haste verde, retenção foliar e formação de frutos partenocárpicos (MASCARENHAS et. al., 1987). A baixa disponibilidade de potássio sem o aparecimento visual da deficiência deste causa a “fome oculta”, ou seja, a redução na taxa de crescimento da planta com redução da produção de soja. As plantas com deficiência de potássio produzem grãos pequenos, enrugados e deformados e a maturidade da soja é atrasada, podendo causar também haste verde, retenção foliar e vagens chochas.

Solo arenoso do Cerrado do Sul do Maranhão. Plantas secas: sem Potássio em cobertura: Plantas verdes com Potássio em cobertura. FONTE: EMBRAPA Soja.

Fig.09. Solo arenoso do Cerrado do Sul do Maranhão. Plantas secas: sem Potássio em cobertura: Plantas verdes com Potássio em cobertura. FONTE: EMBRAPA Soja.

 Solo arenoso do Cerrado do Sul do Maranhão. Plantas secas: sem potássio em cobertura; Plantas verdes: com Potássio em cobertura. FONTE: EMBRAPA Soja.

          Vista aérea de Experimento com doses de Potássio (K). Parcelas com soja seca sem K ou com                                      pouco K; soja verde, com K. LRd-Campo Mourão, PR. FONTE: EMBRAPA Soja.

Parcelas do Experimento com doses de K: frente sem K;fundos, com K. FONTE: EMBRAPA 

Plantas com sintomas iniciais de deficiência de Potássio em soja. Clorose nas bordas das folhas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Folha com sintomas iniciais de deficiência de Potássio em soja. Clorose nas bordas das folhas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Folha com sintoma final de deficiência de Potássio em Soja. Necrose nas bordas das folhas até necrose total. FONTE: EMBRAPA

 Sementes de soja de cada dose de Potássio, do Experimento com doses de Potássio. Sementes livres de qualquer alteração após a dose de 80 kg/ha de K2 O. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Macronutrientes - Fósforo (P)

Na deficiência de fósforo ocorrem plantas com crescimento reduzido, raquíticas, baixa inserção de vagens e folhas mais velhas com coloração verde- azulada (EMBRAPA, 2004).
Altos teores de fósforo no solo podem induzir à deficiência de zinco desde que esses altos teores estejam associados com reduzidas absorção e translocação de Zn, Fe e Cu.

 Lavoura de soja: faixa sem adubo na semeadora.

                                   Frente sem fósforo; Fundo; com fósforo. Solo LEa de Ponta Grossa, PR FONTE: EMBRAPA Soja.

                  À direita: sem fósforo. À esquerda: com fósforo. Solo LVd de Balsas,MA. FONTE: EMBRAPA Soja.


Deficiência de Macronutrientes - Nitrogênio (N)

A deficiência de nitrogênio causa baixos teores de protéinas nos grãos. Ocorre a clorose total das folhas mais velhas, seguida de necrose. Para soja na falta de molibdênio (Mo) também ocorre a deficiência de nitrogênio.  (EMBRAPA, 2004).
A lavoura de soja com deficiência de nitrogênio perde a cor verde-escuro, passando a verde-pálido com um leve amarelado e, dias mais tarde, todas as folhas tornam-se amarelas. Este sintoma aparece primeiro nas folhas inferiores mas espalha-se rapidamente pelas folhas superiores. O sintoma aparece então por último, nas folhas novas porque o N é um elemento extremamente móvel na planta, sendo translocado dos tecidos velhos para as folhas novas. O crescimento da planta é lento, com plantas menores e de baixa produção. O sintoma visual de deficiência de nitrogênio só irá ocorrer quando não for feita a inoculação da semente de soja e ela for semeada em solos que nunca foram cultivados com esta leguminosa (mesmo assim ela pode nodular com estirpes nativas de baixa eficiência), ou quando a eficiência da fixação do N do ar é baixa devido à inibição pela acidez do solo ou à falta de algum nutriente essencial na simbiose soja-bactéria. Mesmo em solos já anteriormente cultivados com soja, a falta de inoculação na semeadura faz com que ela seja nodulada por bactérias de baixa eficiência já existentes no solo. Nestas circunstâncias, mesmo não aparecendo sintomas visuais de deficiência de N nas folhas, o suprimento deste fica limitado para as exigências da planta e a produtividade é reduzida.  (YORINORI, J.T. 1994.)

(1) na deficiência de N ocorrem baixos teores de proteínas nos grãos;
 (2) na deficiência de N  ocorre uma clorose total das folhas mais velhas, seguida de necrose; (3) na falta de molibdênio (Mo) e/ou de cobalto (Co), ocorre a deficiência de N

 Deficiência de Nitrogênio devido à falta de Molibdênio (Mo). Amarelo sem Mo; Verde com Mo. FONTE: EMBRAPA Soja.

 Deficiência de Nitrogênio. Clorose total da folha. Início nas folhas mais novas. FONTE: EMBRAPA Soja.

Deficiência de Nitrogênio. Clorose total das folhas mais velhas. Início nas folhas mais novas. FONTE: EMBRAPA

Marcha de absorção de micronutrientes



Acúmulo de micronutrientes na soja em função do tempo e de diferentes tratamentos. T1 = BRS 184 + capina manual (linha sólida); T2 = BRS 184 + herbicida seletivo (linha pontilhada); T3 = BRS 243 RR + capina manual (linha tracejada); T4 = BRS 243 RR + glyphosate (linha ponto-tracejada).

Fonte: ZOBIOLE et al., 2012, p. 7.

Marcha de absorção de macronutrientes





 Acúmulo de macronutrientes em função do tempo e de diferentes tratamentos. T1 = BRS 184 + capina manual (linha sólida); T2 = BRS 184 + herbicida seletivo (linha pontilhada); T3 = BRS 243 RR + capina manual (linha tracejada); T4 = BRS 243 RR + glyphosate (linha ponto-tracejada).
Fonte: ZOBIOLE et al., 2012, p. 6.

Acúmulo de nutrientes na planta

A absorção de nutrientes pela soja é medida pela quantidade acumulada nas folhas e caules da planta, conforme mostrado na Fig.1, e, é crescente até atingir o ponto de máximo acúmulo, que é de 75 dias para. A partir daí, o acúmulo é decrescente, devido à translocação dos nutrientes para os grãos em formação (Cordeiro et al., 1979).